Saudades

Oi gente! 

Ao meio dia, minha mãe, irmão e eu saímos rapidinho para o centro de BH para comprar o restante dos materiais elétricos que a casa nova precisava. E, nossa, como o centro estava pacato e com muitas lojas fechadas por conta do isolamento social e as novas medidas de proteção determinadas pelo prefeito da minha cidade. Eu olhava as ruas e via o quão movimentado era antigamente e bateu aquela saudade. 

Saudade da minha rotina de acordar cedo para ir a faculdade, pegar ônibus (busão, para os íntimos), até da correria do dia a dia eu sinto falta. Eu sempre saía atrasada para o estágio ou faculdade, gostava da adrenalina que meu corpo proporcionava. Voltando para a casa de carro, eu vi os ônibus que eu costumava pegar para ir a aula e bateu a saudade da instituição que me formou. Lembrei das minhas ex-amigas e do quão boa era a companhia delas, a gente se divertia nos intervalos das aulas, na hora do almoço, íamos ao refeitório e era uma festa... Praticamente todos os dias comprávamos um pratinho de churrasco e suco natural para acompanhar nossas marmitas e falávamos de tudo e todos: homens, peguetes, bobeiras (çékiso), fofocas da Una e companhia, babados dos colegas de classe e professores, além dos bafões dos nossos estágios, é claro! 

Saudades de ficar na sala de aula sozinha para estudar ou na biblioteca, saudades daquele "frio na barriga" e tremedeiras que davam quando era semana de provas... até da pressão psicológica eu sinto falta. Além de sentir saudade dos meus amigos que ficaram na Una e ainda não se formaram, dos funcionários que sempre foram educados comigo e faziam o ambiente ser mais harmônico de conviver. Saudades de pegar o elevador sozinha e poder dançar que nem uma louca nele (kkk), mas depois que instalaram câmeras eu só dançava se minhas amigas estavam perto. Acredita que até saudade de pagar matéria a noite eu sinto falta? Contei para minha mãe os apertos que eu tinha para voltar para a casa e pegar o último ônibus da estação, comprar bobeiras no caminho e comer dentro do ônibus mesmo, além das conversas do meu grupinho de aplicativo que era tão bom (hoje em dia não participo de nenhum grupo e uma vez na vida que eu entro no aplicativo). Sinto falta das aulas no sábado, da academia (eu ia 6 vezes na semana), do estágio, das lojas em que eu amava ir para fazer compras, de sair com minhas amigas para dar aquele rolê na Praça da Liberdade, Xodó ou Centro Cultural do BB. 

Agora a nossa realidade é outra por conta do Covid-19. Eu me formei e desfiz a amizade que eu tinha com minhas amigas da faculdade (rolou tanta coisa que prefiro não expor aqui), mal tenho contato com os demais colegas da faculdade. Minha colação de grau interna foi tão rápida e sem graça, minha despedida do estágio foi triste e nem pude me despedir da forma que eu queria das minhas defensoras, amigas e colegas de estágio. Minha primeira viagem internacional foi para o ralo (sim, eu pedi minha mãe uma viagem no lugar da festa de formatura, mas o dinheiro que juntamos para isso foi investido na casa nova). Agora fico mais em casa do que nunca e só saio quando é necessário. Minha família e eu planejamos ir à Alcobaça-BA para curtir as férias de julho e também prestar homenagens ao meu pai que está enterrado na cidade natal dele... mas também os planos foram adiados e nem sei quando vamos ter nossa liberdade novamente. Além de, para comemorar minha aprovação na OAB, eu combinei de ir para Poços de Caldas-MG ver minha mana e aproveitar para pular de paraquedas... juro! 

Outros planos que ficaram para depois, porque a prova da OAB provavelmente será adiada de novo e todos os planos que tive para esse ano vão/foram por "água abaixo". Isso me deixa triste e melancólica, por isso tento ao máximo não ficar deprimida. Tento ocupar meu tempo estudando (mesmo não sendo como antigamente, mas pelo menos fico com a mente ocupada), e isso é uma das razões para eu investir tanto nos cursos de pós e cursinhos online gratuitos: Gosto de zelar minha educação e meu possível futuro, porque com essa pandemia e isolamento social, o futuro parece estar tão distante e vendo os noticiários na TV sobre a doença, me faz crer que o coronavírus ficará pelo mundo por um bom tempo. Que eu esteja errada, porque quero muito nossa vida de volta e a liberdade que tínhamos de ir e vir, sem se preocupar. 

Até a próxima!

Beijos.